Estudos sobre Franz Weissmann

Década 1960

Ferreira Gullar - Do que se chama escultura - 1960

"(...) A arte concreta encontrou, no campo da escultura - ou da construção no espaço real - terreno mais propício para seu desenvolvimento do que na pintura - espaço bidimensional - onde se limitou, na maioria dos casos, à ilustração de problemas perceptivos. (...) Durante os anos subseqüentes, Weissmann aprofunda essa expressão, encontrando ritmos cada vez mais econômicos e mais diretos para mostrar o vazio. Chega enfim a estruturas de grande leveza, ricas de perspectivas que se impunham ao espectador como um milagre de captação dessa coisa impalpável e fugidia que é o espaço. (...) Foi por volta de 1958 que sua escultura ganhou um sentido mais orgânico, de ritmos descontínuos e repousados, e o espaço, por eles captados, assumiu uma expressão mais interior, de repercussões mais amplas. (...) Suas idéias nascem diretamente do trabalho, como problemas imediatos aos quais dá ele solução: a teoria não encontra campo para se formular. (...)"

VER

João Cabral de Melo Neto - Galería San Jorge - Madrid - 1962

"apresentar esta exposição weissmann
não é apresentar a escultura weissmann
o escultor weissmann
as esculturas desta exposição
são uma explosão no edifício de uma escultura
cuja função fora sempre
fazer da pedra cristal
no método de um escultor
cujo gosto foi sempre
o perfil claro e solar (...)
quem sabe
e por isso antecipa
que antes mesmo de que pouse de todo o pó desta explosão
estará weissmann
com toda essa caliça e essa sucata
de volta às construções de razão como as antes das que irradiam em torno
o espaço de um mundo de luz limpa e sadia portanto
justo

VER

Murilo Mendes - O novo Weissmann - 1963

"(...) Na carreira de Weissmann não se observa uma linha continuada, 'lógica', de evolução. (...) ao apresentar no ano passado, em Madri, uma exposição de obras do 'último' Weissmann, pôde o poeta João Cabral de Melo Neto levantar uma hipótese. 0 contato do artista com um mundo novo talvez o tivesse levado a indagar se a verdadeira atitude do homem ante a realidade não seria investigar sua desorganização natural, antes de impor-lhe qualquer organização. (...) Prefiro considerar a situação deste importante artista à luz de uma proposta de Enzo Paci no seu estudo 'Fenomenologia e informale': Ció che noi vediamo non é già costituito ma si trova in un continuo processo internazionale di costituzione, processo che si autocorrege, si forma e si reforma, in un'aperta sintesi intenzionale. (...)"

VER

Mario Pedrosa - VII Bienal SP - Sala especial Franz Weissmann - 1965

"(...) Franz Weissmann apresenta-se à VIII Bienal de São Paulo depois de ausente do certame desde 1957, quando levou o prêmio de melhor escultor nacional. (...) Era um "concretista" ou melhor "construtivista" quando do Brasil se partiu. Dir-se-ia ter-se transformado em um "informal". (...) É um Weissmann com insígnia diferente, com uma obra diferente, mas é o mesmo artista, incerto e profundo, violento e lírico, que prossegue como para vingar-se de sua condição humana, terrestre - enquanto espera a transubstanciação. E esta é seu pão cotidiano."

VER

Frederico Morais - Weissmann em Ramos - 1966

"(...) Prefiro o atelier à galeria (...). Não é a primeira vez que vou a Ramos "papear" com Weissmann. (...) Em Minas, recentemente, vi seus blocos de sucata prensada à maneira de César, uma espécie de virtualidade às avessas, isto é, do que deixou de ser e não do vir-a-ser. O que impressiona nestes blocos não são apenas as côres, a matéria ou a textura conseguida, mas a capacidade que as coisas têm de instantaneamente se organizarem, buscarem seu modo de ser, seu comportamento. (...)"

VER

MENU


Copyright © Franz Weissmann

O conteúdo destas páginas é exclusivamente para uso informativo ou educacional.
A reprodução de textos e/ou imagens deverá respeitar os direitos autorais previstos na lei bem como a autorização de seus autores.